A história da civilização humana sempre foi baseada em uma sociedade patriarcal em que as mulheres tinham nenhuma ou pouca voz. A partir do século XVIII, a voz feminina começou a ganhar um pouco de força devido à luta pelo sufrágio e direitos iguais para todos. Já, no século XX, estava-se buscando entender o feminino, outras sexualidades e a igualdade de gênero. No final do século XX e início do século XXI, houve uma desconstrução de todas essas ideias e há busca por entender o que é o gênero na sociedade. Toda evolução desses pensamentos se deu a partir de mulheres que foram pensadoras e precursoras desses movimentos.
Fizemos uma lista com 10 mulheres importantes da história, dentro e fora dos movimentos feministas, mas que, em termos gerais, contribuíram para a conquista de direitos. Visto que marcaram uma geração e seus feitos inspiraram e ainda inspiram muitas pessoas até hoje.
Joana d’Arc
Você já dever ter conhecido algumas mulheres com o nome de Joana d’Arc. Provavelmente, essas mulheres receberam esse nome para homenagear essa heroína francesa.
A Joana d’Arc original nasceu em 1412 no vilarejo de Domrémy-la-Pucelle, na França. Diz a história que, aos 13 anos, a garota começou a ter visões e a receber mensagens divinas mediadas pelos Arcanjo Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida dizendo que ela deveria entrar no exército para ajudar o país a vencer a guerra dos 100 anos (1337-1453).
Ao que tudo indica, quando tinha 16 anos, Joana conseguiu pedir ao Príncipe Carlos VII para lutar. Usando trajes masculinos e com o cabelo curto, ela foi à Guerra, assim como Mulan. Felizmente, a França venceu a guerra.
Em 1430, Joana foi capturada pelos ingleses, acusada, pela inquisição, por se vestir de homem e, em 1431, foi queimada em Ruão. Alguns anos mais tarde, em 1456, Joana foi inocentada, mas já havia morrido. Em 1920, ela foi canonizada pela Igreja Católica pelo Papa Bento XV.
Rainha Vitória
Você já deve ter visto a imagem da Rainha Vitória por aí. Ela fez a diferença em seu reinado e continua influenciando nossa geração em diversos aspectos. Além disso, talvez ela seja o motivo de existirem tantas meninas chamadas Vitória.
Alexandrina Vitória Regina nasceu em 1819 em Londres, na Inglaterra. Em 1837, seu tio, o rei Guilherme IV, morre e ela acaba sendo ordenada rainha com 18 anos. Três anos mais tarde, a Rainha Vitória se casa com Albert de Saxe-Coburgo. O casamento foi por amor e se tornou o modelo de casamento feliz.
O casal lançou costumes que foram incluídos na nossa cultura. Por exemplo, o anel de noivado, casar de vestido branco e dar presentes um para o outro em aniversários e natal. Segundo a História, a sintonia do casal era aparente. Eles tiveram nove filhos e quando seu marido morreu, em 1861, a Rainha Vitória ficou de luto durante as quatro décadas restantes da sua vida.
A Rainha Vitória reinou por 63 anos (1837-1901). Foi um período de grande prosperidade para o Império Britânico. Ela ficou conhecida como a avó da Europa já que seus filhos e netos se casaram com monarcas de outros países europeus, formando alianças.
Mary Wollstonecraft
Mary Wollstonecraft não é um nome muito conhecido, mas ela foi importante para a luta dos direitos das mulheres e é considerada a primeira “feminista” da história. Ela nasceu em 1759 em Londres, na Inglaterra.
Durante sua infância e adolescência, Mary sofreu abusos e violência de seu pai que era alcoólatra. Aos 19 anos, saiu de casa e começou a trabalhar para se sustentar. Ela não entendia por que, na Inglaterra, os homens tinham mais direitos que a mulheres, acesso à educação e as mulheres deveriam apenas ser bonitas.
Em 1787, ela escreveu o livro Thoughts on the Education of Daughters. Em 1792, A Reivindicação dos direitos da Mulher. Em 1949, Modern Woman: The Lost Sex. Na época em que publicou esses e outros trabalhos, ela não foi bem vista pela sociedade, mas, com o tempo, as ideias dela foram moldando e inspirando outras mulheres.
Esse é um dos legados de Mary Wollstonecraft. Ela morreu em 1797 de uma infecção pós-parto.
Outra coisa importante para mencionar é que ela é a mãe de Mary Shelley, autora de Frankenstein.
Margareth Thatcher
Margareth Thatcher, também conhecida como a Dama de Ferro, foi primeira-ministra do Reino Unido entre 1979 e 1990. Era uma mulher “durona” que não voltava atrás em suas decisões, mas se destacou como política.
Ela nasceu em 1925 na cidade de Granthan, na Inglaterra. Seu pai, um político, foi uma das maiores influências dela. Em 1979, filiada ao Partido Conservador, concorreu às eleições para primeiro-ministro do Reino Unido e se torna a primeira mulher a ocupar o cargo em toda história.
Thatcher era neoliberalista. Seu governo foi baseado em políticas que diminuíssem a interferência do Estado na economia. Ela privatizou empresas públicas, enfrentou a Guerras das Malvinas, lutou para a união monetária não entrasse do Reino Unido, apoiou os países da Cortina de Ferro e foi contra o socialismo, era aliada de Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos no mesmo período em que foi primeira-ministra.
Apesar de não se considerar uma feminista e por dizer que não gostava do movimento, Thatcher foi a favor da legalização do aborto e homossexuais. Ela também não ganhou a simpatia das feministas já que era do partido de direita.
Quando saiu do cargo de primeira-ministra em 1990, foi nomeada baronesa. Em 2013, faleceu aos 87 anos.
Marie Curie
Já vimos que existiram mulheres que se destacaram na luta pelo sufrágio, na política e filosofia. Agora, vamos te mostrar que exatas também é coisa de mulher!
Marie Currie foi uma cientista polonesa que estudou a radioatividade e descobriu dois elementos químicos: rádio e polônio. Ela foi a primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel e se tornou uma das mulheres mais importantes da história.
Ela nasceu em 1867. Nesse período, parte da Polônia era governada pelo Czar russo. Em seu governo, as mulheres não podiam cursar faculdade. Contudo, Marie conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade de Sourbonne em 1891. Ela se graduou em Física e Matemática, em seguida fez mestrado nas duas áreas. Foi nesse período de pesquisa que Marie conheceu Pierre Curie, um cientista que era chefe do laboratório onde ela começou a fazer suas pesquisas. Eles se casaram, sem muita cerimônia.
Posteriormente, Marie começou um doutorado. Sua pesquisa era sobre a radiação do urânio. Mais para frente, Marie descobriu mais dois elementos químicos: polônio e rádio.
Simone de Beauvoir
Quando pensamos em feminismo, o primeiro nome que pensamos é Simone de Beauvoir. Ela foi a primeira pensadora a falar abertamente sobre o sexo. Uma grande frase famosa da filósofa é “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”.
Simone de Beauvoir nasceu em Paris, em 1908. Alguns a consideram como uma avó da Segunda Onda do Feminismo já que foi na Segunda Onda que questões sobre o que é o feminino começaram a surgir a partir dos anos 60. Contudo, Beauvoir já havia pensado a respeito dessas questões durante o fim da Primeira Onda, que teve como interesse a igualdade dos direitos.
Ela teve um caso amoroso com o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, pensador que influenciou suas obras. A publicação mais conhecida da escritora é O Segundo Sexo, livro que é considerado a Bíblia do feminismo.
Simone de Beauvoir é um nome muito importante quando falamos de feminismo. Para entender melhor sobre o feminismo e importantes nomes desses movimentos, leia: Entenda as Três Ondas do Feminismo.
Princesa Diana
Princesa Diana, também conhecida como Lady Di e Princesa de Gales, nasceu em 1961 na aldeia Sandringham, na Inglaterra. Em 29 de julho de 1981 ela se casou com o Príncipe Charles, filho da Rainha Elizabeth II. Juntos tiveram dois filhos: o Príncipe Willian e o Príncipe Harry.
Lady Di era um símbolo de moda e elegância e, mas que isso, era ativista, empática e conquistou todo o mundo com a sua sinceridade e trabalho social.
Ela mudou alguns costumes da família real, teve seus filhos em hospital e os criou como crianças normais. Até então, todos os partos eram feitos no castelo e os filhos estudavam em casa. Fora isso, ela sempre levava as crianças em suas viagens.
Em 1992, a Princesa se separou do príncipe Willian, mas o divórcio só saiu em 1996. Quando deixou de fazer parte oficialmente da família real, ela ficou conhecida como a Princesa de Gales.
Em 1997, na França, Lady Di estava em um carro com seu namorado, eles sofreram um acidente e morreram. O mundo chorou a morte da princesa que foi tão importante para a luta contra a AIDS e pobreza na África.
Malala Yousafzai
Malala Yousafzai é a mais recente da nossa lista de 10 mulheres importantes da história. Ela nasceu em 1997 e, aos 11 anos, em 2009, começou a escrever denunciando e questionando a educação para meninas do seu pais, o Paquistão.
Entretanto, suas críticas não foram bem recebidas por um grupo de talibãs que, em 2012, atiraram na garota. Por sorte, em 2013, Malala conseguiu se recuperar do ataque que sofreu e continuou lutando pela educação do seu pais.
Em 2014, aos 17 anos, Malala Yousafzai foi a primeira paquistanesa e a pessoa mais jovem a receber um prêmio Nobel da Paz. Além disso, a ONU criou o Dia da Malala em 12 de junho de 2013. No mesmo ano, a jovem ativista lançou a autobiografia Eu Sou Malala: A História da Garota que Defendeu o Direito à Educação e Foi Baleada pelo Talibã.
Madre Tereza de Calcutá
Você já ouviu aquela expressão: “Está parecendo a Madre Tereza de Calcutá”? A comparação com a Madre significa que a pessoa é muito boa, caridosa e “santa”. Mas a verdade é que pouca gente sabe quem foi essa mulher.
Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu na Macedônia em 1910. E 1928, foi morar na Casa das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto em Dublin, na Irlanda. Passados alguns anos, ela foi para a Índia e realizou vários trabalhos em Calcutá. Lá, ela ficou conhecida como Irmã Tereza de Calcutá. Ao viajar para Patna, a Irmã abandonou o hábito e passou a se dedicar à caridade, com apoio do Papa, ensinando crianças pobres, doando donativos, entre outros serviços. O trabalho dela cresceu não só na Índia, mas em diversos lugares.
Em 1979, a Madre recebeu um Prêmio Nobel da Paz. Fora isso, ela recebeu vários prêmios e horarias em alguns países e mundialmente. Ela faleceu em 1991 de parada cardíaca.
Princesa Isabel
Isabel de Bragança e Orléans é um nome muito conhecido nos livros de história do Brasil. A princesa era filha do Imperador D. Pedro II e foi declarada herdeira do trono com apenas 11 meses de idade.
Ela nasceu em 1846, no Rio de Janeiro e, juntamente com sua irmã, a Princesa Leopoldina, recebeu uma excelente educação, criando gosto, principalmente, pela literatura e estudo de línguas. Em 1960, a Princesa de casou com o Príncipe Gastão de Orléans, neto do Rei Luís Felipe, da França.
Em 1871, enquanto regia o Brasil, durante uma viagem de seu pai, a Princesa Isabel assinou a Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos dos escravos. Em 1888, aliada a movimentos populares e a partidos abolicionistas, ela assinou a Lei Áurea, que libertou os escravos.
No ano seguinte, 1889, foi proclamada a República no Brasil e a família real foi exilada. Então, a Princesa Isabel foi morar na França, onde faleceu em 1921. Seus restos mortais foram trazidos para o Brasil.
Gostou da nossa lista? Se você sabe de outras mulheres que foram importantes na história, deixe um comentário.
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